terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Com a palavra, César Cielo!

Essa é uma reportagem muito polêmica que Cesar Cielo deu para uma revista "Poder", de Joyce Pascowitch. Na entrevista, ele comenta sobre a longevidade de Coaracy Nunes a frente da CBDA, e que o melhor presente de natal seria a sua saída do cargo. A entrevista também fala da omissão de muitos técnicos e atletas com medo de represárias, ou seja, a democracia que tanto queremos, ainda está longe no esporte. É bom quando uma pessoa independente joga um pouco de verdade sem medo de represárias, afinal, Cesar vai sofrer represárias? Acho que não!!! Leiam e reflitam!!!

Cielo não ganhou seu presente de Natal

A crítica é curta, mas da pesada. Vem do campeão e recordista mundial , César Cielo.

Publicada na revista “Poder”, de Joyce Pascowitch, as palavras do nadador ganham mais repercussão.

Em entrevista que aborda sua vida fora das piscinas, o repórter Pedro Henrique França escreveu e, depois, arrancou de Cielo o seguinte:

“O mesmo Cesão que afrontou a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) após a Olimpíada na China ao declarar que não tivera nenhuma ajuda da entidade, endossa as críticas ao seu presidente. Seu presente ideal de Natal? “A saída do Coaracy (Nunes)”, diz. “Já virou uma brincadeira entre nós (nadadores), porque com ele nada muda”.

Manifestação forçada? Nada disso.

Na mesma entrevista, Cielo declarou: “Hoje não falo o que não gostaria que se tornasse público”.

Logo, ao defender a saída de Coaracy da presidência da CBDA, onde está há 22 anos, Cielo manifestou o que gostaria que ganhasse espaço na mídia. E ganhou, pois outros companheiros já trataram do assunto, como o blog do Alex Pussieldi, da SporTV.

Em 2009, Coaracy foi eleito para mais quatro anos. Assim, em 2013 completará 26 anos no cargo.

Cielo e Coaracy, quando reinava a paz

Autoridade

Medalha de ouro nos 50m livre nos Jogos de Pequim e no Mundial de 2009 – quando também ganhou os 100m livre Cielo tem autoridade para se manifestar sem medo. Da mesma forma como ocorreu com o ex-judoca Aurélio Miguel, quando decidiu enfrentar a longevidade da família Mamede à frente da Confederação de Judô, nos anos 90.

Mas se a recente campanha do Brasil em Dubai, no Mundial de piscina curta, foi a melhor da história nacional, por que “nada muda” com Coaracy Nunes à frente da CBDA?

Tentarei conversar com Cielo sobre o assunto para ter detalhes. Particularmente, acredito que seja pelo mesmo problema de tantas outras modalidades, a falta de investimentos na base, na iniciação, o desperdício de talentos Brasil afora pela falta de um projeto de massificação do esporte.

Certo é que César Cielo deixa a porta aberta para que outros atletas também saiam do silêncio e tenham a coragem de manifestar suas opiniões.

Omissão

É impressionante a omissão dos competidores. Fogem da imprensa quando o assunto é debater sobre questões dos bastidores de suas respectivas modalidades. Tudo para evitar represálias, que ainda existem entre a cartolagem em geral.

Essa triste realidade nos leva à constatação de que a democracia – em que as manifestações públicas são asseguradas – ainda não chegou ao esporte olímpico brasileiro. Aqui, os atletas ainda convivem com o autoritarismo e a ditadura dos cartolas. Raríssimos, quem sabe pela força de suas conquistas, como Cielo, têm a coragem de se manifestar sem meias palavras.

E quando isso ocorre, não provoca qualquer constrangimento nos dirigentes, pois o peso do poder que ocupam suplanta a vergonha de sofrerem um puxão de orelhas em público.

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