Foi duro...

Fomos a Manaus com a intenção de dar a volta por cima, já que em 2009, tínhamos um bom time e em condições de ser campeão, mas depois de um jogo pífio contra Amazonas, onde perdemos por 11x3 (nosso time simplesmente não entrou em campo), ficamos praticamente sem chance alguma de sermos campeões, e foi o que ocorreu.

Este ano, nosso time vinha bem mais experiente e novamente com chances reais de conquistar o título, porém sabíamos que não ia ser nada fácil, pois o time de Manaus com certeza não ia deixar acontecer o que aconteceu com a gente um ano antes.

Então, focamos a importância do evento com os garotos, entramos desde o primeiro jogo com a verdadeira intenção de vencer e jogar bem. E assim fizemos, vencemos a 3 primeiras partidas, e vencemos bem, nosso time jogava muito bem taticamente, pela primeira vez, jogava como um verdadeiro time.

Até então, o Náutico, mesmo sendo um time sub-19, apresentava o melhor pólo aquático do evento, isso era indiscutível, quem descordar, é porque não entende nada de pólo aquático. Os resultados dos primeiros jogos comprovam.

Chegamos a final para enfrentar nosso maior rival, novamente o Amazonense pela frente. A arquibancada estava lotada, coisa incomum no nosso esporte e o pior, estava toda contra a gente. Eles levaram muitas cornetas e espécies de "vuvuzelas" que faziam um barulho ensurdecedor e que dificultou bastante o nosso trabalho, pois nem eu mesmo escutava a minha voz, quando pedia tempo, dava as instruções na base de leitura labial.

O jogo começou tenso, o time da casa, como sempre, entrou muito determinado e com muita raça, abriu 2x0 no placar. Nosso time entrou tenso e sentiu um pouco da pressão, porém com o tempo foi se soltando e reagindo. Na metade do jogo conseguimos empatar em 2x2.

No último quarto coseguimos abrir dois gols de diferença (4x2) e confesso que nesse instante não via muita chance de perder o título, pois faltava apenas 4 minutos. No jogo anterior contra eles, administramos uma vantagem de 3 gols durante toda a segunda metade da partida.

Com todo respeito ao time de Manaus, nós estávamos jogando bem, e o jogo estava sobre controle, mas inesplicavelmente o time de Manaus na base de muita raça e determinação, conseguiu empatar no finalzinho e levou o jogo pra prorrogação. No gol de empate, o nosso time foi pro ataque e não viu que deixou um homem a menos na nossa defesa, eu gritei pra alguém voltar, porém com o barulho da torcida, ninguém ouviu.

Na prorrogação, o jogo foi tenso o tempo todo, já estava preparado para as cobranças de penalti, quando no último ataque do Amazonense (faltava apenas 18 segundos), em um lance muito estranho e confuso, a bola entra dentro do nosso gol em câmera lenta, parecia que era de propósito, para aumentar ainda mais o nosso sofrimento e frustração, foi muito azar nosso. O título saiu de nossas mãos de uma maneira inesplicável, em uma partida onde o time que apresentava um melhor estilo de jogo perdeu. Coisas de um esporte apaixonante como é o pólo aquático. O locutor tinha razão, foi mais emocianante do que Costa do Marfim x Brasil.

Não nos faltou raça, não faltou dedicação, não nos faltou determinação, a única coisa que poderia ter sido melhor, era a nossa eficiência no ataque, a bola não quis entrar, por mais que a gente tivesse criado várias chances.

Dou aqui meus sinceros parabéns a equipe de Manaus, que usou todos os artifícios possíveis válidos para vencer, concentrou seu time na Vila, reuniu uma grande torcida que eu nunca tinha visto em lugar nenhum e jogaram com muita raça durante toda a final. Parabéns especial ao Mike, que muito nos ajudou, e que assim como a gente, leva sozinho pólo aquático de Manaus nas costas.